13 de jan. de 2010

Uma Noite

Despertou de seu sono e em poucos segundos se pos a levantar. Cabeça pesada, estômago ruim e a vista embaçada limitavam suas ações. Se encontrou no tempo e no espaço. Eram dez e trinta sete em um quarto de motel. Aquele cheiro misto de cigarro e condicionador barato empestiava o local. Cama desarrumada e roupas por todos os lados indicavam um ponto em sua memória. Mas não conseguia pensar, não naquele momento. Sua cabeça latejava no esforço de se manter consciente. Algumas garrafas vazias de vodka enfeitavam a única mobília disposta em um canto escuro. Um feixe de luz vazava pela janela indicando a poeira no ar. Em um instante uma ideia do que ocorrera na noite passada percorreu sua mente e em um esforço em vão procurou sinais de outra pessoa. Cama, quarto e banheiro. Não havia ninguém.

Levantou se e cambaleando até a pia bebeu um pouco de água. O líquido escorria e molhava sua garganta ressecada, cada gole lhe dava um ânimo a mais, um alívio em seu mal estar. Procurou algo entre as garrafas e do lado do maço encontro um fósforo com a logo do motel em letras vermelhas.

Acendeu um cigarro, sentou se na beirada da cama e começou a recordar as últimas horas do dia anterior. Quem era ela e onde a conheceu eram perguntas
difíceis de responder. Por um segundo, um esboço de seu rosto pairou em sua memória. Cabelos escuros, corpo escultural e olhos expressivos.

Qual era seu nome, Larissa, Vanessa? Pouco importava. Dificilmente a veria de novo e na verdade, preferia assim.

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