24 de ago. de 2007

Procura

Ainda sinto a sua presença, me incentivando a sorrir. Por qual razão? Ao despertar eu lhe perdi, e no instante, estou a lhe procurar. Vasculho em minha memória e não há uma gota de você.

- Minha cabeça está doente. – Tento me conformar. Parece que é em vão. Não há quem enganar.

Livrei-me de tudo aquilo que não gostava. Mudei. Caminho sobre meus próprios passos agora, porém, o destino continua indefinido. A trilha me parece simples, os obstáculos razoáveis, e o restante, não importa.

As vezes distrações tentam me impedir, mas aprendi a contornar, suas artimanhas não me iludem mais.

20 de ago. de 2007

Final Feliz

Manéco amava Frígida. Frígida não amava Manéco. Manéco lhe dava flores, colares e bombons. Frígida nunca gostou dos pretensos agrados, achava constrangedor ter que aceitá los.

Certo dia Manéco se irritou, não suportava a idéia de Frígida desprezá lo, não aceitaria tal desencanto, deciciu então dar o ultimato:

- Case se comigo, ou morrerás. – disse Manéco com certa insegurança. Havia lágrimas em seus olhos, tensão em seu corpo.

- Prefiro a morte. – disse Frígida friamente. Odiava ter que magoá lo, mas as vezes Manéco passava do ponto.

Aquela resposta não era bem a que Manéco esperava, pelo menos não daquele jeito, não havia mais o que dizer. Manéco tinha que ser forte, tinha algo a fazer.

- Sinto muito por você Frígida... espero não me arrepender do que irei fazer. – Manéco estava aos prantos, o seu coração acelerara, sua mente estava confusa. Mas não podia fraquejar, foi molenga durante toda a sua vida, aquilo tinha que mudar.

- Você está começando a me assustar. Acho que está ficando louco Manéco, pare já com isso. – disse Frígida enquanto se afastava de Manéco.

- Não! – gritou Manéco - Não me diga o que fazer... sua... sua puta! – Manéco estava descontrolado, a pressão era demais para ele, estava prestes a cometer uma loucura.

Frígida começou a se desesperar quando Manéco por impulso acertou a com aquilo que estava mais próximo, um grande cinzeiro de vidro. Frígida coberta de sangue tentou manter se de pé, mas não conseguiu, sua vista ficou turva e o seu corpo já não a sustentava mais. Frígida estava morta.

Entre celas Manéco agora descansa. Sua liberdade em relação a Frígida fora adquirida e seu amor passou a ser correspondido. Não por Frígida, que descansa a sete palmos, mas sim por Tonhão com quem divide o mesmo espaço recluso. As vezes, quando Tonhão está disposto e de bom humor, ambos assistem na beirada do beliche, um maravilhoso por do sol quadrado. Acompanhados é claro, pelo Buiú, pelo Tranca, pelo Zarolho...